Postado em: 26/01/2024 - Artigos

O crescimento do Mercado Imobiliário no ano de 2023 e as projeções para 2024

O mercado imobiliário brasileiro vem apresentando um desempenho positivo nos últimos anos, com aumento das vendas, dos lançamentos e dos preços dos imóveis residenciais e comerciais. Esse cenário é resultado de uma série de fatores, como a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, o aumento da renda da população, a redução da taxa básica de juros, o aumento da procura por imóveis como investimento e a melhora do cenário macroeconômico nacional e internacional.

Neste artigo, vamos analisar os principais dados e tendências do mercado imobiliário de 2023 e quais são as previsões para 2024.

Crescimento das vendas e dos lançamentos no ano de 2023:

De acordo com o indicador ABRAINC-FIPE (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias/Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o mercado imobiliário brasileiro apresentou crescimento nos  primeiros meses de 2023 em comparação ao mesmo período do ano anterior, acumulando a venda de 113.191 unidades (22,2%), totalizando as transações no montante de R$32,7 bilhões (24%). O segmento de habitações populares liderou o crescimento, acumulando 78.880 unidades vendidas, com o valor de R$17,0 bilhões nas transações. O segmento de Médio e Alto Padrão também apresentou bons resultados, também em alta, acumulando 31.230 unidades vendidas e o valor de R$14,4 bilhões em transações.

Aumento dos preços e dos aluguéis:

A FipeZap, no começo do ano de 2023, trouxe em seus dados um aumento de 6,16% no valor das vendas de imóveis, ficando tão somente atrás do registro de 2014, com o percentual registrado de 6,70%.

Em relação aos aluguéis, houve um aumento significativo no ano de 2023, com o preço médio do aluguel de imóveis residenciais indicando a quantia de R$42,53/m² (valor embasado nas 11 capitais).

Fatores que impulsionaram o mercado imobiliário no ano de 2023:

Entre os fatores que contribuíram para o crescimento do mercado imobiliário nos últimos anos, podemos destacar:

  • Dos 126.774 empreendimentos comercializados, 70,3% fazem parte do programa Minha Casa Minha Vida, último levantamento do indicador Abrainc-Fipe.
  • O aumento da renda da população, que permite que mais pessoas adquiram imóveis. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o rendimento médio real dos trabalhadores cresceu 7,4% no primeiro semestre de 2023, com uma renda média habitual de R$2.900,00.
  • A redução da taxa básica de juros, que torna o financiamento imobiliário mais acessível. A taxa Selic, que serve de referência para os juros no país, caiu de 13,75% (marca atingida em 2022) para 11,75% no ano de 2023, indicando continuidade ao movimento de queda da taxa de juros brasileira.
  • O aumento da procura por imóveis como investimento, com o objetivo de valorização futura ou renda de aluguel. A alta da inflação e a incerteza econômica levaram muitos investidores a buscarem ativos que possam proteger seu patrimônio.
  • A melhora do cenário macroeconômico nacional e internacional, que favorece a confiança dos consumidores e dos empresários. Segundo o relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou uma análise detalhada acerca do desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre de 2023, fechando o PIB em 3,3% em 2023, indicando uma alta de 2,3%.

Perspectivas para 2024:

As perspectivas para o mercado imobiliário em 2024 são de continuidade do crescimento, mas em um ritmo menor do que o observado em 2023. A tendência é de crescimento no mercado de imóveis, onde serão fortemente influenciadas pela economia do país, considerando as suas variáveis.

Dentre as observações que temos para o setor em 2024, estão:

  • A queda da taxa Selic (11,75%), o mercado está otimista, acreditando em uma queda maior neste ano;
  • Aumento de mão de obra qualificada;
  • Aumento no valor de materiais de construção, elevando os custos da construção;
  • Atentar-se ao cenário político e fiscal, fator determinante para alimentar a confiança dos agentes econômicos.

Apesar desses desafios, o mercado imobiliário brasileiro ainda apresenta um grande potencial de crescimento, considerando o déficit habitacional do país, estimado em 5.8 milhões de famílias, segundo dados da FGV (Fundação Getulio Vargas). Além disso, o setor é um importante gerador de emprego e renda, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do país.


Voltar